sábado, 14 de novembro de 2015

[ABELHAS] Conceitos básicos da apicultura (parte 3) DOENÇAS





Lembro que em casos suspeitos ou confirmados de qualquer das doenças indicadas é obrigatória a sua declaração à Direcção Regional de Agricultura da sua área.

ÁCARO VARROA

 
Muitos apicultores usam algum tipo de tratamento para este ácaro. Mas isso agora não interessa muito, mais cedo ou mais tarde vão descobrir que não estão a mata-lo.
O ácaro varroa demonstra claramente a sua adaptabilidade com opção repetida, deve mudar.
Mas antes vamos descobrir se tem muitos ou poucos ácaros varroa na sua colmeia.
Comece por arranjar uma placa branca para colocar no fundo da colmeia, nessa placa coloque algo pegajoso como óleo alimentar, ou um autocolante.Deve colocar isto no fundo da colmeia e monitorizar todos os dias durante vários dias para tirar uma média.Conte quantas caíram passado 24h.
(0 a 20) Não está muito mau, uma manutenção será suficiente.
Espreme sumo de um limão por colmeia ou meio por núcleo, use folhas de urtigas ou espinafres,ácidos orgânicos podem ser utilizados. (50 ou mais) em 24h, precisa fazer mais. Provavelmente terá que utilizar método químico ou biológico radical.
A Varroose é uma doença parasitária que ataca larvas, ninfas e adultas obreiras e zângão.
Esta doença entra numa colmeia saudável através das abelhas que andam no campo, quando uma colmeia enfraquecida não se consegue defender e começa a ser pilhada, a abelha que pilhou leva consigo a varroa para uma colmeia ou flor. Propaga-se muito depressa, diferentes factores, tanto naturais como apícolas, estão na base deste estado. A fêmea vive na abelha adulta entre os anéis abdominais ou no tórax e na postura, no macho apenas na postura. A duração de vida da fêmea numa colónia é de dois a três meses no Verão e de seis meses no Inverno. O apicultor mesmo o mais prevenido pode ser surpreendido.
Sinais de alerta: Asas atrofiadas e varroas nas abelhas adultas, larvas recém-nascidas e abelhas mortas presentes na tábua de voo.































LOQUE EUROPEIA

É uma doença distribuída por todo o território nacional. Embora altamente contagiosa, não chega a causar sérios prejuízos no sentido de apresentar alta letalidade que dizime o apiário.
Sintomas:
Muitas falhas mudança de posição e coloração das larvas.
Controle:
Retirar quadros com cria doente.
Trocar rainha por outra mais resistente a esta infecção
Evitar uso de equipamentos contaminados
Tratamento:
Basicamente não há um tratamento específico para esta doença. Mistura de antibiótico com açúcar de confeiteiro (na proporção de uma colher de sopa bem cheia para um kg e meio de açúcar) polvilhar os quadros e estrado das colmeias atingidas.
Antibiótico a base de Streptomicina.


LOQUE AMERICANA

Sintomas:
 Cheiro pútrido.
As larvas são infectadas quando comem alimento contaminado.

Favos falhados com opérculo perfurados escurecidos e afundados.

Morte na fase de pré-pupa ou pupa, mudança de cor passando do branco para amarelo escuro, apresentam consistência viscosa. Para verificar isso, deve-se fazer o teste do palito que consiste em inserir um palito rugoso no alvéolo, esmagar a cria e puxar devagar, observando-se, então, a formação de um filamento viscoso. Na fase de pupa, nota-se restos da cria já seca e muito escura. As larvas infectadas morrem no último estágio larval, nota corpo esticado. Quando o corpo se decompõe seca mais e tornar-se pegajoso as abelhas operárias têm dificuldade em revolve-lo. Formam-se endósporos (algumas espécies de bactérias) extremamente resistentes a antibióticos e agentes químicos podem permanecer infectantes por mais de 40 anos.


Não há um tratamento específico.

Após comprovar a doença, o melhor é destruir as colónias afectadas. Deve matar as abelhas adultas e queimá-las juntamente com os favos. Para o reaproveitamento das caixas quadros e outras peças queime-as a maçarico e mergulhe-as em parafina a 160ºC durante 30 minutos.
 

CRIA GIS  
Doença causada por fungos.
Existe a possibilidade de ser introduzida por meio da alimentação das colmeias ou pólen tóxico. O agente causador é denominado Ascophaera apis,
Sintomas:
- Geralmente a morte da cria ocorre quando as células estão operculadas,
 são geralmente cobertas por filamentos fofos semelhantes ao algodão. Se o fungo produz esporos, a cria doente torna-se cinzenta ou preta.
 A cria pode tornar-se esverdeada e com uma textura dura.
Tratamento:
Não existe uma droga que possa ser utilizada. No acaso de se encontrar um ou mais quadros com crias doentes, recomenda-se substituí-los por outros limpos, queimando-os em seguida. Essas doenças podem ser transmitidas pelas abelhas adultas, por equipamentos contaminados com os esporos. A doença raramente destrói uma colónia mas pode reduzir a população das abelhas e consequentemente afetar a produção de mel, em países em que estas doenças apareçam com mais frequência. As partes de madeira da colmeia podem ser desinfectadas com o uso de ácido fénico (
benzenol ) 60%, pulverizando o material e colocando-se em seguida por um longo tempo no sal. Quanto às crias mortas dispersas no favo as operárias se encarregam de removê-las e a doença passa despercebida ao apicultor.

NOSEMOSE
 
Dois tipos existem: 
Nosema apis e Nosema ceranae as células da mucosa do intestino médio das obreiras, zângão e rainhas são atacados.
Afetam principalmente o ventrículo (estômago) apresenta-se branco-leitoso, causando problemas na digestão dos alimentos pode provocar disenteria. Os ovos, ninfas e larvas não são atacados. Temperatura de desenvolvimento 30-34ºC a que se vive dentro da colmeia nas condições ambientais adequadas. Completa um ciclo evolutivo em 3-4 dias.

Sintomas:
Quando estamos perante uma infecção simples: Nosema apis é possível recuperar a colónia.
Abelhas com tremores e com dificuldade de locomoção. Operárias campeiras mortas na frente do alvado. Pode encontram-se fezes no alvado, colmeia, favos e quadros. Em pouco tempo, as abelhas afectadas deixam de poder voar, arrastam-se e reúnem-se em pequenos grupos, tremendo e colocando as patas junto ao tórax. No caso de Nosema ceranae as abelhas afectadas podem vir a morrer nas proximidades do apiário, após abandono da colónia é provável que ocorra diagnóstico tardio, não e muito visível o conjunto de sintomas que definem a doença. Quanto mais urgente a intervenção maior a minimização de perdas de colónias. Num apiário a prevenção é a palavra de ordem, uma vez que o poder da doença implica uma rapidez tal que o tratamento pode não ser já oportuno e o apicultor deparar-se com perdas de colónias em grande quantidade.
 Alguns apicultores dizem: Desordem do colapso das colónias, doença do abandono, pesticidas os culpados.  
Tratamento:
Distintos antibióticos (ex.fumagilina) eliminam as formas vegetativas, mas não os esporos (apenas ocorre recuo da infecção) e deixam resíduos nefastos no mel, proibidos na EU. Recentemente foi introduzido em Portugal um suplemento nutricional à base de plantas contendo entre outros ingredientes ácido orto-hidro-benzóico, uma substância com actividade sobre a nosema (N.apise e N. ceranae), e que estimula a criação das abelhas sem deixar resíduos no mel.
   
Evite tratamentos químicos, se mantiver as abelhas nutridas, fortes e bem alimentadas, elas poderão criar as suas próprias defesas.
Vigie, faça manutenção, seja amigo.

 
 

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