CORTIÇOS
Voltando trinta anos atrás me recordo dos cortiços que construía, daquela bosta de vaca que agarrava na perfeição nas paredes exteriores dos cortiços, mais tarde utilizava barro misturado com palha. Subindo e descendo serras colocando-os nos melhores locais. (pensava eu) Assim comecei como curioso a tentar apanhar enxames selvagens. Cheguei a ter 40, todos com enxames. Outros afazeres da vida me fez desistir, mas o bichinho ficou e as abelhas vieram ter comigo.
Sempre que nos referimos aos cortiços, colmeias de quadros fixos, fica-nos sempre a ideia de inúteis, quer pela dificuldade em aceder ao interior como também pelo espaço reduzido para a produção de mel. Mas os cortiços não são uma mera memória que fazendo parte do passado. Continuam a perdurar ao longo das gerações apícolas, com as desvantagens destes em relação às colmeias móveis, mas de facto eles são muito mais que uma colmeia rentável, são a ligação mais estreita abelha/natureza/homem, são as nossas raízes apícolas, são a sabedoria do nosso povo que aproveitam os recursos naturais, como é o caso da cortiça extraída da nossa árvore.
COLMEIA LUSITANA
Uma colónia para produzir bem, tem de ter uma boa população, ou seja, uma forte produz mais do que duas fracas. Neste aspeto, dos 3 modelos de colmeias mais comuns, a Lusitânia fica em vantagem pois tem uma capacidade de albergar maior número de abelhas. Essa colmeia no entanto apresenta algumas desvantagens começando logo pelo preço Outra desvantagem apontada depende do clima específico da sua região. Uma colmeia dessa dimensão não estando bem fortalecida pode ter imensos problemas com o frio. Outra desvantagem é o arranque do enxame numa colmeia de tão grande dimensão, é sabido que depende da região. Por isso para um enxame numa colmeia Lusitânia arrancar em força leva mais tempo que as suas “rivais” ficando assim em desvantagem nesse ponto. Mesmo assim há quem apresente boas vantagens. A rainha no seu estado natural tem tendência a fazer a postura em círculos. Começa no meio do quadro e vai alastrando para os lados. (Por isso é que se recomenda o uso de meias alças para evitar a postura da rainha na parte destinada ao mel) como das três colmeias a que tem uma forma do quadro mais quadrangular é a Lusitânia, esta é mais apetecível para as rainhas fazerem postura.
Uma colónia para produzir bem, tem de ter uma boa população, ou seja, uma forte produz mais do que duas fracas. Neste aspeto, dos 3 modelos de colmeias mais comuns, a Lusitânia fica em vantagem pois tem uma capacidade de albergar maior número de abelhas. Essa colmeia no entanto apresenta algumas desvantagens começando logo pelo preço Outra desvantagem apontada depende do clima específico da sua região. Uma colmeia dessa dimensão não estando bem fortalecida pode ter imensos problemas com o frio. Outra desvantagem é o arranque do enxame numa colmeia de tão grande dimensão, é sabido que depende da região. Por isso para um enxame numa colmeia Lusitânia arrancar em força leva mais tempo que as suas “rivais” ficando assim em desvantagem nesse ponto. Mesmo assim há quem apresente boas vantagens. A rainha no seu estado natural tem tendência a fazer a postura em círculos. Começa no meio do quadro e vai alastrando para os lados. (Por isso é que se recomenda o uso de meias alças para evitar a postura da rainha na parte destinada ao mel) como das três colmeias a que tem uma forma do quadro mais quadrangular é a Lusitânia, esta é mais apetecível para as rainhas fazerem postura.
Também, de inverno, devido à grande capacidade de
armazenamento no ninho, dificilmente terá de se alimentar o enxame para aguentar o inverno. Mais fácil controlar a não saída de
enxame, já que a rainha leva algum tempo a encher o ninho. Uma face do
quadro Lusitano tem capacidade para 3825 alvéolos.
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| 10 QUADROS, MEDIDAS INTERNAS: COMPRIMENTO 38Cm,LARGURA 38Cm,ALTURA 31.3Cm |
COLMEIA REVERSÍVEL
Uma das grandes vantagens desta colmeia em relação à
Lusitânia é no arranque. Uma colmeia reversível (em condições favoráveis)
arranca de tal forma "rápido" que uma distracção por parte do
apicultor pode levar a saída de alguma enxame sem que esteja interessado. Também, no mercado, esta é a
colmeia que apresenta os preços mais competitivos. Mantém os quadros em forma
quase quadrangular sendo assim uma vantagem em relação à langstroth. O peso é
bastante mais leve que as restantes colmeias o que facilita o transporte.
Devido às alças serem iguais ao ninho, esta colmeia também é muito boa na poupança
de material, enquanto que na langstroth e lusitana temos de ter normalmente
dois tipos de material (ninho e meias alças). A principal desvantagem desta
colmeia a meu ver está no tamanho do ninho que propicia a postura da rainha na
alça tendo-se assim de usar um sobre ninho. Pense na dinâmica
da reversível, no final da época pode-se fazer a cresta e ainda nos
"sobram" ninho e sobre-ninho na colmeia. Se no inverno temos o hábito de deixar apenas o ninho, das duas uma: ou
retiramos os quadros de reservas que estão no sobre ninho o que nos aumenta a
produção de mel, ou fazemos um ou até dois desdobramentos de fim de época (de preferência com rainhas previamente preparadas). Em que outro modelo poderá
fazer isso? Dificilmente arriscar-se ia mexer nas reservas ou nas abelhas do
ninho de outros modelos de colmeias. Outra alternativa para tentar combater o
fenómeno da criação nas alças foi a criação da meia alça reversível pois
acredita-se que esta desencoraja a postura da rainha nessas zonas. Da
experiência que tenho, isso nem sempre é verdade pois já me deparei com quadros
de meias alças repletas de criação, no entanto acredito que de certa forma os
casos de postura são reduzidos com meias alças.![]() | ||
| 10 QUADROS, MEDIDAS INTERNAS: COMPRIMENTO 38Cm,LARGURA 38Cm,ALTURA24.5Cm |
COLMEIA LANGSTROTH
Aceito que tanto
a colmeia reversível como a Lusitânia foram adaptadas deste modelo. Tem a
vantagem de ter material disponível em todo o lado, mas não compatível com os
modelos interiores, demasiadamente pesada, a nível de preços digamos que está
na posição intermédia, ou seja, não costuma ser tão cara como a Lusitânia nem
tão barata como a reversível. O seu quadro tem capacidade de albergar 3570
alvéolos por face ficando na posição intermédia. Normalmente são usadas meias
alças que permitem diminuir o peso na altura da cresta. Tem um ninho grande
para a postura da rainha, poderá existir deficiência no aquecimento. Dificilmente
existe postura nas meias alças, mesmo assim há quem aposte na colocação de uma primeira
meia-alça como complemento do ninho.
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| 10 QUADROS, MEDIDAS INTERNAS: COMPRIMENTO 46.5Cm,LARGURA 38Cm,ALTURA24Cm |
SÃO ESTES OS MODELOS MAIS USUAIS NA MINHA REGIÃO
Qual o melhor?
Não há consenso quanto a isso. Na minha opinião o modelo que apresenta mais vantagens na minha região é o reversível. Colmeia mais barata, mais leve ideal para transportar, apresenta melhor dinâmica de materiais, rapidamente se fortalece para as alturas da floração, aquece mais facilmente durante o inverno devido à sua pequena dimensão, possibilita mais desdobramentos mantendo a produção, não tem necessidade de grandes reservas no ninho. Usando dupla câmara de ninho, não há melhor para mudar ceras ou fazer desdobramentos. Claro que tem algumas desvantagens em relação às outras mas que a meu ver podem ser facilmente colmatadas. Apenas se exige da parte do apicultor mais atenção para não deixar sair da colónia algum enxame, e uma melhor observação da postura da rainha pode passar para as alças, em caso positivo, acrescentar mais uma alça ou colocar grade excluidoura. Não sou grande adepto de meias alças na reversível mas dependendo do clima, por vezes as utilizo na época de inverno.
Mas cabe a cada um analisar no seu caso pessoal qual o modelo que melhor se adequa à sua realidade tendo em conta o objectivo pretendido e a região onde você se insere.
ALGUNS EXEMPLOS
CONSTITUIÇÃO BÁSICA A MESMA.
Existem hoje dezenas e dezenas de diferentes tipos de colmeias, até algumas construídas por si, mas todas estão baseadas no princípio do espaço abelha. Variam em função da adaptação climática de cada região, mobilidade, poder económico, imaginação, fim a que se destina etc. Mas todas apresentam a mesma constituição básica: um fundo, um ninho compartimento reservado ao desenvolvimento da família, alça compartimento onde é armazenado o mel, uma tampa dupla ou simples que reveste toda a colmeia, quadros nos quais são moldados os favos de cera para mel ou criação tanto para produção como para reforço. Diferentes materiais são empregados na construção das colmeias, no entanto dá-se preferência, por razões de vária ordem à madeira. ALGUNS EXEMPLOS






























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