domingo, 20 de setembro de 2015

[ABELHAS] Conceitos básicos da Apicultura (parte 1) INTRODUÇÂO





Abelhas são insectos voadores, conhecidos pelo seu papel na polinização. Pertencem à ordem Hymenoptera, da super família Apodídea, subgrupo Anthophila são descendentes das vespas que deixaram de se alimentar de pequenos insectos e aranhas para consumirem o pólen das flores. Durante esse processo evolutivo surgiram várias espécies de abelhas. Hoje se conhecem mais de 20 mil espécies, mas acredita-se que existam umas 40 mil espécies ainda não descobertas. Somente 2% das espécies de abelhas são sociais e produzem mel. Entre as espécies produtoras de mel, as do género Apis são as mais conhecidas e difundidas, vivem agrupadas em abrigos  que chegam a comportar até 80 mil abelhas, são um exemplo de organização e extremamente trabalhadoras. Organizam-se da seguinte forma: 

Abelha rainha – Tem como única atribuição  reprodução com postura de ovos, em média mais de mil por dia e  controla a colónia. Maior que as demais abelhas, tem o abdómen mais claro, é alimentada com geleia real, vive em média 5 anos. Cada colmeia tem apenas uma abelha rainha.

Zângão – Sua única função é reproduzir, morrendo pouco depois de copular com rainha, nasce de um ovo não fecundado,seleccionado pela rainha.

Abelhas operárias – São as abelhas que fazem todo o trabalho pesado. Protegem e limpam a colmeia, constroem os favos, produzem a cera, cuidam das larvas, buscam e armazenam o alimento. Vivem no máximo 4 meses (vão sendo renovadas por cria nova) produzem a geleia real, a próporis e o mel dentro da colmeia para servir as suas necessidades. O “excesso” é retirado pelo homem. Cada abelha produz em média cinco gramas de mel por dia. Desde a antiguidade, era o único alimento doce utilizado antes da produção de açúcares.


Existem há mais de 50 milhões de anos.

O mel é usado como alimento pelo homem desde a pré-história, Na obra de Eva Crane (Honey, a Comprehensive Survey), encontramos informações de que os Sumérios, que se estabeleceram na Mesopotâmia por volta de 5000 a. c., já usavam o mel. Dos textos Sumérios que sobreviveram até os nossos dias são conhecidas duas passagens que falam a respeito do mel, por vários séculos retirado dos enxames de formas brutais muitas vezes causando danos ao meio ambiente, matando as abelhas. Ao longo do tempo, o homem desenvolveu técnicas de manejo das abelhas de forma a proteger os enxames e colmeias obtendo maior produção com o mínimo de prejuízo para as abelhas. O início da atividade apícola data de 2.400 anos a.c.



 A prática apícola no Egito teve início com a criação de abelhas em potes de barro. Esta prática possibilitava o transporte dos enxames e a retirada do mel, mas muito similar à "caçada" primitiva.



Aristóteles realizou os primeiros estudos formais sobre as abelhas e a apicultura. A partir de tais estudos, a apicultura difundiu-se entre gregos e romanos, povos que a aperfeiçoaram.



Apesar de os egípcios serem considerados os pioneiros na criação de abelhas, a palavra colmeia vem do grego, que colocavam seus enxames em recipientes em forma de sino feitos de palha trançada chamada de colmo,  de varas de vime forrados a palha e estrume de vaca  de cortiça, tronco de árvores etc.



Na idade média desenvolveram-se técnicas para que a retirada do mel pudesse ser realizada sem a morte das abelhas. Nesta época surgiu a técnica da utilização de fumaça dentro do recipiente de criação. Com a fumaça as abelhas iam para o fundo, inclusive a rainha, e depois se retirava somente os favos da frente, deixando uma reserva para as abelhas. Ao longo deste período várias técnicas foram desenvolvidas entre elas a criação de abelhas em recipientes sobrepostos, do qual o apicultor removeria a parte superior, deixando reserva para as abelhas na caixa inferior.



Somente no século XVII, com a ajuda do microscópio, é que ocorreram importantes descobertas sobre aspectos biológicos das abelhas, o que proporcionou a criação de equipamentos especiais para sua cultura racional e exploração económica. A evolução da apicultura a nível mundial ocorreu de forma lenta, as grandes descobertas surgiram somente a partir do século XIX, entre elas:



1814 – Francisco Huber, suíço, desenvolveu a primeira colmeia de observação.



1845 – Johanes Dizerzan, polonês, confirmou a teoria da partenogénese em abelhas.



1857 – Johanes Mehring, alemão, produziu a primeira folha de cera alveolar.



1876 – A I. Root, americano, construiu a prensa de estampar a lâmina de cera.



1810 a 1895 – Lorenzo Lorain Langstroth, americano, descobriu a relação espaço/abelha.



Desenvolveu-se a técnica da colmeia com quadros móveis, os quais poderiam ser retirados das colmeias pelo topo e movidos lateralmente dentro da caixa de criação. A colmeia de quadros móveis permitiu criação racional de abelhas, favorecendo o avanço tecnológico da atividade como a conhecemos hoje. A atividade apícola atravessou o tempo e nos dias atuais se desenvolve através de métodos altamente técnicos e científicos.









Sem comentários:

Enviar um comentário