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Abelhas são insectos voadores, conhecidos pelo
seu papel na polinização. Pertencem à ordem Hymenoptera, da super família Apodídea,
subgrupo Anthophila são descendentes das vespas que deixaram de se alimentar de
pequenos insectos e aranhas para consumirem o pólen das flores. Durante esse processo evolutivo surgiram
várias espécies de abelhas. Hoje se conhecem mais de 20 mil espécies, mas
acredita-se que existam umas 40 mil espécies ainda não descobertas. Somente 2%
das espécies de abelhas são sociais e produzem mel. Entre as espécies
produtoras de mel, as do género Apis são as mais conhecidas e difundidas, vivem
agrupadas em abrigos que chegam a comportar até 80
mil abelhas, são um exemplo de organização e extremamente trabalhadoras. Organizam-se da seguinte forma:
Abelha rainha – Tem como única atribuição reprodução com postura de ovos, em média mais de mil por dia e controla a colónia. Maior
que as demais abelhas, tem o abdómen mais claro, é alimentada com geleia real,
vive em média 5 anos. Cada colmeia tem apenas uma abelha rainha.
Zângão – Sua única função é reproduzir, morrendo
pouco depois de copular com rainha, nasce de um ovo não fecundado,seleccionado pela rainha.
Abelhas operárias – São as abelhas que fazem todo o
trabalho pesado. Protegem e limpam a colmeia, constroem os favos, produzem a
cera, cuidam das larvas, buscam e armazenam o alimento. Vivem no máximo 4 meses
(vão sendo renovadas por cria nova) produzem a geleia real, a próporis e
o mel dentro da colmeia para servir as suas necessidades. O “excesso” é
retirado pelo homem. Cada abelha produz em média cinco gramas de mel por dia. Desde a
antiguidade, era o único alimento doce utilizado antes da produção de açúcares.
Existem há mais de 50 milhões de anos.
O mel é
usado como alimento pelo homem desde a pré-história, Na obra de Eva Crane (Honey, a Comprehensive Survey),
encontramos informações de que os Sumérios, que se estabeleceram na Mesopotâmia por volta de 5000 a. c., já usavam o mel. Dos textos
Sumérios que sobreviveram até os nossos dias são conhecidas duas passagens que
falam a respeito do mel, por vários séculos retirado dos enxames de formas
brutais muitas vezes causando danos ao meio ambiente, matando as abelhas. Ao
longo do tempo, o homem desenvolveu técnicas de manejo das abelhas de forma a
proteger os enxames e colmeias obtendo maior produção com o mínimo de prejuízo
para as abelhas. O início da atividade apícola data de 2.400 anos a.c.
A prática apícola no Egito teve início com a
criação de abelhas em potes de barro. Esta prática possibilitava o transporte
dos enxames e a retirada do mel, mas muito similar à "caçada"
primitiva.
Aristóteles
realizou os primeiros estudos formais sobre as abelhas e a apicultura. A partir
de tais estudos, a apicultura difundiu-se entre gregos e romanos, povos que a
aperfeiçoaram.
Apesar de os
egípcios serem considerados os pioneiros na criação de abelhas, a palavra colmeia
vem do grego, que colocavam seus enxames em recipientes em forma de sino feitos
de palha trançada chamada de colmo, de
varas de vime forrados a palha e estrume de vaca de cortiça, tronco de árvores etc.
Na idade
média desenvolveram-se técnicas para que a retirada do mel pudesse ser realizada
sem a morte das abelhas. Nesta época surgiu a técnica da utilização de fumaça dentro
do recipiente de criação. Com a fumaça as abelhas iam para o fundo, inclusive a
rainha, e depois se retirava somente os favos da frente, deixando uma reserva
para as abelhas. Ao longo deste período várias técnicas foram desenvolvidas
entre elas a criação de abelhas em recipientes sobrepostos, do qual o apicultor
removeria a parte superior, deixando reserva para as abelhas na caixa inferior.
Somente no
século XVII, com a ajuda do microscópio, é que ocorreram importantes descobertas
sobre aspectos biológicos das abelhas, o que proporcionou a criação de equipamentos
especiais para sua cultura racional e exploração económica. A evolução da apicultura a nível mundial ocorreu de forma lenta,
as grandes descobertas surgiram somente a partir do século XIX, entre elas:
1814 – Francisco Huber, suíço, desenvolveu a
primeira colmeia de observação.
1845 – Johanes Dizerzan, polonês, confirmou a teoria
da partenogénese em abelhas.
1857 – Johanes Mehring, alemão, produziu a primeira
folha de cera alveolar.
1876 – A I. Root, americano, construiu a prensa de
estampar a lâmina de cera.
1810 a 1895
– Lorenzo
Lorain Langstroth, americano, descobriu a relação espaço/abelha.
Desenvolveu-se a técnica da colmeia com
quadros móveis, os quais poderiam ser retirados das colmeias pelo topo e movidos
lateralmente dentro da caixa de criação. A colmeia de quadros móveis permitiu criação
racional de abelhas, favorecendo o avanço tecnológico da atividade como a
conhecemos hoje. A atividade apícola atravessou o tempo e nos dias atuais se
desenvolve através de métodos altamente técnicos e científicos.
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domingo, 20 de setembro de 2015
[ABELHAS] Conceitos básicos da Apicultura (parte 1) INTRODUÇÂO
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