Compostos
naturais
Nesta
categoria incluem-se produtos naturais com efeitos acaricidas, como os ácidos
orgânicos, ácido oxálico, ácido láctico, ácido fórmico, rotenona, timol e os óleos
essenciais.(alecrim,borragem,eucalipto,tabaco,ruibarbo,espinafre,ortiga etc) Um
dos grandes entraves à utilização destas substâncias é o facto destas formas de
luta terem resultados muito mais incertos do que os meios de luta com químicos
de síntese. Os óleos essenciais são compostos altamente voláteis, em geral
monoterpenos, extraídos de plantas, que lhes conferem odores característicos, também
podem ser tóxicos para as abelhas, existindo uma pequena diferença entre a dose
letal para os ácaros e a dose letal para as abelhas. Em comparação, o
fluvalinato (químico) é 800-1000 vezes mais tóxico para a varroa do que para as
abelhas, enquanto os melhores óleos essenciais são apenas 2 a 4 vezes mais
tóxicos. Os óleos essenciais podem ser absorvidos pela cera mas dissipam-se
rapidamente com o tempo. Podem também criar sabores e odores desagradáveis ao
consumidor. Um dos constituintes de óleo essencial mais utilizado é o timol,
isolado ou em formulações em que o timol aparece em grande percentagem combinados
com outros compostos. No entanto, o aumento de doses pode causar perturbações
nas abelhas, podendo mesmo levar à morte destas.
No caso de Portugal para utilizar óleos tem que ter conhecimentos acima da média ou alguém que os divulgue. Com as nossas condições climatéricas
as colónias apresentam criação durante quase todo o ano com raras excepções, a eficácia de algumas destas substâncias dentro da colmeia está dependente: da temperatura, das
taxas de volatilização e outras.
Eu e você queremos o melhor para as
abelhas, mas no meio de tudo insiste a "engrenagem".
Compostos
de síntese química
Neste
grupo encontram-se todos os acaricidas de síntese utilizados para controlar a
população de varroa, como seja os organofosforados, fluvalinato, flumetrina
e amadina. A maioria destes pesticidas
(veneno) actuam por contacto directo e são de fácil aplicação, não requerendo
conhecimentos específicos sobres a biologia das abelhas ou dos ácaros sendo de
uso generalizado.(Infelizmente) Um dos inconvenientes destas substâncias é a
persistência do apicultor, lembre-se que vão acumulando ao longo de repetidos
tratamentos nos produtos apícolas, principalmente na cera, podem prejudicar as
abelhas quando são expostas a concentrações elevadas de vários compostos deste
tipo e podem constituir um problema de saúde pública no consumo dos produtos
apícolas.
A resistência desenvolvida pelos ácaros a
estas substâncias é um outro problema grave resultante do seu uso generalizado,
em particular, as repetidas aplicações do mesmo produto e os tratamentos
deixados nas colmeias por tempo excessivo, têm levado a um agravamento dos
fenómenos de resistência, dificultando o controlo da varroa nas colónias.
[Biotecnologia e luta biológica, em pequena
escala as mais aconselhadas]
Tratamento
contra a varroa em colónias que se encontram sem rainha pode trazer melhorias
significativas na luta contra a varroa, ao nível da redução populacional do ácaro.
Em ensaios realizados cerca de quatro semanas após a remoção da rainha já se
notava uma diminuição na população de varroa. Esta forma de luta biotécnica
pode ser facilmente utilizada pelos apicultores com um número de colónias não
muito alto, na altura da enxameação, substituição de rainhas, orfanizando as
colónias ou na altura das substituições de rainhas no final da época de produção
de mel. Nestas alturas há um período de ausência de cria nas colónias que pode ser
utilizado com vantagem para tratar contra a varroa, com períodos de tratamento
mais curtos e com bons resultados. É uma medida que pode ser utilizada em
colónias em que a população do ácaro já atingiu um nível crítico. A técnica tem
algumas desvantagens: não é muito prática e exige muita disponibilidade de
tempo por parte dos apicultores (Goodwin & Eatton, 1999). O tratamento deve
ser feito nas épocas do ano em que a colmeia fica sem rainha naturalmente para evitar
grandes dispêndios de tempo e material, para se formar núcleos com rainhas ou adquirir
rainhas novas já fecundadas. O método tem ainda como implicação uma diminuição
da produtividade da colmeia pelo que deve ser considerado numa análise de
custos-benefícios.
O
tratamento contra a varroa no fim da estação fria leva à redução do nível de
infestação da varroa. Durante a Primavera a taxa de multiplicação das abelhas é
largamente superior à do ácaro. No entanto, a taxa de reprodução das abelhas na
Primavera é muito grande, assim a área de cria aumenta, havendo um maior número
de células de cria disponíveis para a reprodução das varroas, de tal forma que
o aumento da varroa durante este período é muito grande. Porém, quando o fluxo
do néctar e de pólen começa a diminuir a rainha automaticamente diminui a
postura, por vezes drasticamente. Nessa altura a incidência das varroas é
máxima o que tem como consequência o aumento da relação varroas/larvas das
abelhas, conduzindo rapidamente ao colapso da colónia, se estas não forem
tratada. Os sintomas na colónia podem apresentar-se como um aumento das
anomalias na criação, pupas desoperculadas, alvéolos vazios e larvas mortas nos
alvéolos. No seu conjunto estes estragos levam a uma diminuição da
produtividade das colónias, e nos casos de infecções mais graves à morte da
colónia. Tenha em mente que a varroose não dispensa a aplicação de tratamentos.
Em clima temperados as colónias, sem controlo ou com métodos de controlo
desadequados, têm graves perdas de produtividade optando pelo abandono da
colmeia. No entanto, muitos dos métodos de tratamento utilizados actualmente
pelos apicultores, são inadequados para o controlo eficaz da população de
ácaros ou não são sustentáveis a longo prazo. Com vista a tentar ultrapassar o
problema da varroa têm sido estudadas e utilizadas uma grande variedade de
diferentes substâncias química, técnicas de aplicação e métodos para manter a
população do ácaro sobre controlo, envolvendo as áreas da química, biotecnologia
e biológica.
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