terça-feira, 8 de novembro de 2016

[ABELHAS] Conceitos básico de apicultura (PARTE 23) PRODUTOS COMPOSTOS, VARROA.

Compostos  naturais

Nesta categoria incluem-se produtos naturais com efeitos acaricidas, como os ácidos orgânicos, ácido oxálico, ácido láctico, ácido fórmico, rotenona, timol e os óleos essenciais.(alecrim,borragem,eucalipto,tabaco,ruibarbo,espinafre,ortiga etc) Um dos grandes entraves à utilização destas substâncias é o facto destas formas de luta terem resultados muito mais incertos do que os meios de luta com químicos de síntese. Os óleos essenciais são compostos altamente voláteis, em geral monoterpenos, extraídos de plantas, que lhes conferem odores característicos, também podem ser tóxicos para as abelhas, existindo uma pequena diferença entre a dose letal para os ácaros e a dose letal para as abelhas. Em comparação, o fluvalinato (químico) é 800-1000 vezes mais tóxico para a varroa do que para as abelhas, enquanto os melhores óleos essenciais são apenas 2 a 4 vezes mais tóxicos. Os óleos essenciais podem ser absorvidos pela cera mas dissipam-se rapidamente com o tempo. Podem também criar sabores e odores desagradáveis ao consumidor. Um dos constituintes de óleo essencial mais utilizado é o timol, isolado ou em formulações em que o timol aparece em grande percentagem combinados com outros compostos. No entanto, o aumento de doses pode causar perturbações nas abelhas, podendo mesmo levar à morte destas.  

 No caso de Portugal para utilizar óleos tem que ter conhecimentos acima da média ou alguém que os divulgue. Com as nossas condições climatéricas as colónias apresentam criação durante quase todo o ano com raras excepções, a eficácia de algumas destas substâncias dentro da colmeia  está dependente: da temperatura, das taxas de volatilização e outras.
 Eu e você queremos o melhor para as abelhas, mas no meio de tudo insiste a "engrenagem".

Compostos de síntese química

Neste grupo encontram-se todos os acaricidas de síntese utilizados para controlar a população de varroa, como seja os organofosforados, fluvalinato, flumetrina e  amadina. A maioria destes pesticidas (veneno) actuam por contacto directo e são de fácil aplicação, não requerendo conhecimentos específicos sobres a biologia das abelhas ou dos ácaros sendo de uso generalizado.(Infelizmente) Um dos inconvenientes destas substâncias é a persistência do apicultor, lembre-se que vão acumulando ao longo de repetidos tratamentos nos produtos apícolas, principalmente na cera, podem prejudicar as abelhas quando são expostas a concentrações elevadas de vários compostos deste tipo e podem constituir um problema de saúde pública no consumo dos produtos apícolas.
 A resistência desenvolvida pelos ácaros a estas substâncias é um outro problema grave resultante do seu uso generalizado, em particular, as repetidas aplicações do mesmo produto e os tratamentos deixados nas colmeias por tempo excessivo, têm levado a um agravamento dos fenómenos de resistência, dificultando o controlo da varroa nas colónias.

[Biotecnologia e luta biológica, em pequena

   escala as mais aconselhadas]

Tratamento contra a varroa em colónias que se encontram sem rainha pode trazer melhorias significativas na luta contra a varroa, ao nível da redução populacional do ácaro. Em ensaios realizados cerca de quatro semanas após a remoção da rainha já se notava uma diminuição na população de varroa. Esta forma de luta biotécnica pode ser facilmente utilizada pelos apicultores com um número de colónias não muito alto, na altura da enxameação, substituição de rainhas, orfanizando as colónias ou na altura das substituições de rainhas no final da época de produção de mel. Nestas alturas há um período de ausência de cria nas colónias que pode ser utilizado com vantagem para tratar contra a varroa, com períodos de tratamento mais curtos e com bons resultados. É uma medida que pode ser utilizada em colónias em que a população do ácaro já atingiu um nível crítico. A técnica tem algumas desvantagens: não é muito prática e exige muita disponibilidade de tempo por parte dos apicultores (Goodwin & Eatton, 1999). O tratamento deve ser feito nas épocas do ano em que a colmeia fica sem rainha naturalmente para evitar grandes dispêndios de tempo e material, para se formar núcleos com rainhas ou adquirir rainhas novas já fecundadas. O método tem ainda como implicação uma diminuição da produtividade da colmeia pelo que deve ser considerado numa análise de custos-benefícios.
O tratamento contra a varroa no fim da estação fria leva à redução do nível de infestação da varroa. Durante a Primavera a taxa de multiplicação das abelhas é largamente superior à do ácaro. No entanto, a taxa de reprodução das abelhas na Primavera é muito grande, assim a área de cria aumenta, havendo um maior número de células de cria disponíveis para a reprodução das varroas, de tal forma que o aumento da varroa durante este período é muito grande. Porém, quando o fluxo do néctar e de pólen começa a diminuir a rainha automaticamente diminui a postura, por vezes drasticamente. Nessa altura a incidência das varroas é máxima o que tem como consequência o aumento da relação varroas/larvas das abelhas, conduzindo rapidamente ao colapso da colónia, se estas não forem tratada. Os sintomas na colónia podem apresentar-se como um aumento das anomalias na criação, pupas desoperculadas, alvéolos vazios e larvas mortas nos alvéolos. No seu conjunto estes estragos levam a uma diminuição da produtividade das colónias, e nos casos de infecções mais graves à morte da colónia. Tenha em mente que a varroose não dispensa a aplicação de tratamentos. Em clima temperados as colónias, sem controlo ou com métodos de controlo desadequados, têm graves perdas de produtividade optando pelo abandono da colmeia. No entanto, muitos dos métodos de tratamento utilizados actualmente pelos apicultores, são inadequados para o controlo eficaz da população de ácaros ou não são sustentáveis a longo prazo. Com vista a tentar ultrapassar o problema da varroa têm sido estudadas e utilizadas uma grande variedade de diferentes substâncias química, técnicas de aplicação e métodos para manter a população do ácaro sobre controlo, envolvendo as áreas da química, biotecnologia e biológica.

Sem comentários:

Enviar um comentário